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O uso de Crisopídeos no controle do Bicho Mineiro do Café

Autor: Joan Brigo Fernandes – Gestor de Macrobiológicos Vittia

O bicho mineiro do café

A cultura do café possui pragas que podem causar perdas e aumento nos custos produtivos. Entre as que mais acometem danos está a Leucoptera coffeella, comumente chamada de bicho mineiro do café. Trata-se de uma pequena mariposa de cor branco-prateada, com aproximadamente 2 mm de comprimento, com uma mancha circular preta e halo amarelo em suas asas anteriores.

Danos causados pelo bicho mineiro do café

O bicho mineiro do café ataca severamente em temperaturas altas e períodos de seca, por favorecer seu estabelecimento e desenvolvimento. As mariposas colocam seus ovos na parte superior das folhas dos cafeeiros, onde, após a eclosão, pequenas lagartas entram nas folhas e se alimentam do tecido, gerando lesões que vão secando e aumentando de acordo com o desenvolvimento e a quantidade de lagartas por ataque.

Desta forma, reduzem a área fotossintética da planta, causando, indiretamente, a queda prematura de folhas, redução da produção e até mesmo a perda da cultura.

Em condições favoráveis, o bicho mineiro pode causar até 75% de danos em folhas e mais de 80% na redução da produção.

Ovos e Larvas do Bicho Mineiro do Café
Ovos e larva de crisopídeo

Resistência e dificuldades de controle

A pressão dessa praga vem aumentando significativamente em regiões produtoras de café, que apresentam dificuldades para o seu controle. A utilização excessiva de inseticidas químicos pode contribuir para a redução dos inimigos naturais e promover resistência ao controle, aumentando o número de aplicações e o impacto no custo da produção.

Solução

Naturalmente, podemos encontrar insetos predadores e parasitoides em lavouras de café. Uma das espécies mais presentes é a Chrysoperla externa, chamada de crisopídeo ou bicho lixeiro, que é predador de diversas espécies de pragas, possuindo consumo elevado de presas diárias. Por esta razão, é considerado um importante agente de controle, favorecendo o manejo biológico.

Os crisopídeos são predadores em sua fase de larva e atuam identificando e consumindo lagartas, ovos e até mesmo pupas do bicho mineiro do café. Também possuem alta capacidade de dispersão e atuação.

A Vittia conta com o que há de mais novo e eficiente no mercado, possuindo esse organismo biológico em seu catálogo de soluções. Ele já é registrado para pragas como Mosca branca (Bemisia tabaci biótipo B), Pulgão verde, Pulgão verde claro (Myzus persicae), Pulgão verde dos cereais (Schizaphis graminum), Pulgão das solanáceas, Pulgão-verde-escuro (Macrosiphum euphorbiae), Pulgão roxo da roseira, Pulgão grande da roseira (Macrosiphum rosae), Pulgão da roseira, Pulgão amarelo da roseira (Rhodobium porosum), Pulgão do algodoeiro e Pulgão das inflorescências (Aphis gossypii), em todas as culturas com ocorrência desses alvos biológicos.

Diversos estudos já publicados validam a eficácia do crisopídeo para o controle do Bicho Mineiro do café, e em breve essa solução estará disponível para combater o alvo biológico.

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Doenças foliares na cultura da soja

A cultura da soja é de grande importância ao agronegócio brasileiro, e o Brasil se destaca entre os maiores produtores mundiais. No entanto, as doenças foliares podem levar a perdas significativas na cultura da soja. Por isso, o conhecimento sobre os principais sintomas, ciclo e estratégias de controle destas doenças é de grande importância.

Antracnose da Soja

Sintomas e sinais: A antracnose da soja é causada pelo fungo necrotrófico Colletotrichum truncatum. Os sintomas podem ser vistos nas folhas, caules, vagens e sementes. Nas folhas, vagens e caules, são observadas manchas pretas ou áreas marrons indefinidas, com a presença de acérvulos e peritécios.
Folhas: Os sintomas não são tão comuns como nos caules e vagens, e costumam ser observados em temperaturas mais altas. Geralmente, são encontrados na epiderme das nervuras, ocorrendo uma necrose descontínua e deprimida nas mesmas.
Vagens e caules: Manchas pretas ou áreas marrons indefinidas são observadas com a presença de acérvulos e peritécios.

Sintomas causados pelo fungo Colletotrichum truncatum observados nas folhas da soja.
Figura 1. Sintomas causados pelo fungo Colletotrichum truncatum observados nas folhas da soja.

Ciclo da doença: O patógeno pode sobreviver por mais de um ano em material vegetal. Por serem extremamente pequenos e leves, os esporos produzidos em restos culturais infestados são deslocados pelo vento e pela chuva até as folhas mais altas.
A infecção ocorre tipicamente quando há ocorrência de folhas molhadas, chuva ou orvalho por períodos maiores que 12 horas por dia. Em regiões com condições favoráveis à doença, como solo molhado e clima quente e úmido, as perdas de produção podem ser elevadas.

Mancha Alvo da Soja

Sintomas e sinais: Causada pelo fungo Corynespora cassiicola, a mancha-alvo da soja pode afetas as folhas, hastes e raízes de uma planta. Nas folhas, os sintomas iniciais caracterizam- se pelo aparecimento de pequenos pontos necróticos, lesões inferiores a 1 mm de diâmetro, circundados por um halo amarelado, que, conforme vão crescendo, se expandem e evoluem para manchas de formato arredondado ou irregular, que podem chegar a 15 mm de diâmetro. Quando completamente desenvolvidas, as lesões apresentam anéis concêntricos de tecidos mortos circundados por um halo de coloração verde-amarelada, muito similar a um alvo.

Sintomas causados pelo fungo Corynespora cassiicola observados nas folhas da soja
Figura 2. Sintomas causados pelo fungo Corynespora cassiicola observados nas folhas da soja

 

Ferrugem Asiática da Soja

Sintomas e sinais: A ferrugem-asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhi, identificada pela primeira vez no Brasil em 2001, é uma das doenças que mais preocupam os produtores de soja. Os primeiros sintomas aparecem perto do período de floração, em forma de pequenas manchas cinzas nas superfícies inferiores das folhas e ao longo das nervuras.
Mais tarde, essas manchas aumentam de tamanho e número e unem-se, tornando-se castanho-avermelhadas ou pretas, frequentemente circundadas por uma auréola amarelada.
Nessa fase, elas aparecem nos dois lados da folha, nos pecíolos e, às vezes, nas hastes. Com o avanço da doença, ficam cobertas por pústulas fúngicas salientes, marrom-claras, visíveis a olho nu.
Ciclo da doença: De uma infecção inicial, estima-se que uma primeira geração de pústulas pode manter a esporulação por até 15 semanas, mesmo sob condições de baixa umidade. Os esporos são disseminados pelo vento, podendo viajar grandes distâncias.
Por serem sensíveis à radiação ultravioleta, provavelmente essas viagens ocorrem em sistemas de tempestade onde as nuvens protegem os esporos do sol.
O sucesso da infecção é dependente da disponibilidade de molhamento na superfície da folha. Pelo menos 6 horas de água livre parecem ser necessárias para promover a infecção. Após a infecção, as primeiras pústulas com uredósporos maduros surgem de 7 a 8 dias. A contaminação começa nas partes mais baixas da planta, e depois se move para cima.

Sintomas causados pelo fungo Phakopsora pachyrhizi observados nas folhas da soja.
Figura 3. Sintomas causados pelo fungo Phakopsora pachyrhizi observados nas folhas da soja.

Quais estratégias podem ser empregadas no controle de doenças na cultura da soja?

No manejo integrado, vários métodos de controle são implementados, visando reduzir doenças e pragas nas áreas agrícolas. Nesse sistema, podemos listar um conjunto de estratégias importantes no manejo desses patógenos, como:

  • Utilizar cultivares menos suscetíveis;
  • Sementes livres do patógeno;
  • Rotação/sucessão de culturas com gramíneas e espécies não hospedeiras;
  • Tratamento de sementes;
  • Aplicação de defensivos químicos e biológicos.

Em relação ao manejo biológico para o controle dessas doenças, pode-se mencionar o uso de defensivos biológicos com alta tecnologia de formulação, como o multissítio biológico Bio-imune, à base de Bacillus subtilis, com registro como fungicida e bactericida. Dentre os principais mecanismos de ação da tecnologia, pode-se destacar:

Mecanismos de ação de multissitio biológico Bio-Imune
Figura 4. Mecanismos de ação de multissitio biológico Bio-Imune.

O manejo de doenças foliares na cultura da soja com Bio-Imune deve ser iniciado de forma preventiva, já que muitos patógenos causadores das doenças sobrevivem na palhada/restos culturais.

Desta forma, é possível verificar a presença de inóculo na lavoura desde a emergência da cultura. Confira o depoimento do Prof. Dr. Sérgio Mazaro, Fitopatologista da UTFPR, sobre a aplicação de defensivos biológicos no manejo preventivo de doenças na soja:

Posicionamento técnico:

Outro aspecto importante das aplicações antecipadas de biodefensivos é a chance de conseguir uma maior deposição de gotas no dossel inferior. A efetividade dos biofungicidas é bastante dependente da chegada de doses letais do ingrediente ativo nos tecidos. Portanto, o início assertivo das aplicações, aliado a intervalos indicados entre aplicações, são fatores decisivos para um controle eficiente de doenças foliares na soja.

Posicionamento preventivo de multissítio biológico Bio-Imune.
Figura 5. Posicionamento preventivo de multissítio biológico Bio-Imune.

Resultados:

Resultados do Bio-Imune Vittia