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planta de tomate

O tomate na agricultura brasileira: desafios e oportunidades

O Brasil é um dos maiores produtores de tomate do mundo, com uma produção que ultrapassa 4 milhões de toneladas por ano. Esse fruto, tão presente no dia a dia dos brasileiros, é cultivado em diversas regiões do país, desde o Sul até o Nordeste, adaptando-se a diferentes climas e solos. 

No entanto, por trás de cada tomate que chega à nossa mesa, há uma história de dedicação, superação e inovação por parte dos agricultores.

O cultivo do tomate é uma atividade que exige alta tecnologia e manejo cuidadoso. Os produtores enfrentam desafios que vão desde o controle de pragas e doenças até a necessidade de aumentar a produtividade sem comprometer a qualidade do fruto. 

Além disso, há uma crescente pressão do mercado por alimentos mais saudáveis, sustentáveis e com menor impacto ambiental.

A seguir, vamos explorar a importância desse alimento, os desafios enfrentados pelos agricultores e como o manejo integrado, com o uso de biológicos, está tornando a produção mais sustentável e eficiente.

Tomate: do campo à mesa, um protagonista da agricultura e da alimentação brasileira

Em 2023, o Brasil se consolidou entre os 10 maiores produtores de tomate do mundo, com destaque para regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, que concentram grande parte da produção. 

Em 2024, o maior Estado produtor de tomate do nosso país foi Goiás, com uma safra de 1,4 milhão de toneladas, que representou 31,4% da produção nacional. 

O mercado do tomate é altamente volátil, com preços que variam conforme a oferta, a demanda e os fatores climáticos. A produção se divide entre o tomate para consumo in natura e o tomate industrial (para molhos, extratos e polpas), cada um com suas especificidades de cultivo e comercialização.

O grande desafio para os produtores é manter a rentabilidade em um cenário de custos crescentes, especialmente com insumos agrícolas. Isso porque o nosso clima tropical favorece o cultivo, mas também impõe desafios, como a alta incidência de pragas e doenças, o que exige estratégias inteligentes para garantir produtividade e qualidade.

Dois grandes limitadores do potencial produtivo do tomate na agricultura brasileira: pragas e doenças

Entre os principais inimigos do tomateiro estão pragas como a traça-do-tomateiro (Tuta absoluta), que pode causar perdas de até 100% da lavoura se não for controlada adequadamente. Essa praga, originária da América do Sul, se espalhou rapidamente pelo mundo e hoje é uma das maiores ameaças à produção de tomate.

Outras pragas, como tripes e mosca-branca, também causam estragos significativos. Os tripes, além de sugar a seiva das plantas, são vetores de vírus, como o do vira-cabeça do tomateiro, que pode dizimar plantações inteiras. Já a mosca-branca transmite doenças como o vírus do mosaico dourado, que reduz a produtividade e a qualidade dos frutos.

mosca-branca na face inferior de uma folha de tomate
Mosca-branca no tomate.

No que diz respeito às doenças, os produtores precisam lidar com problemas sérios, como antracnose, mancha-de-alternária, murcha-de-fusarium, oídio, requeima, mancha-de-septória e pinta-preta. 

A pinta-preta, por exemplo, causada pelo fungo Alternaria solani, pode comprometer toda a parte aérea da planta, pecíolos e caule, podendo causar até 78% de perdas. 

Sintoma de pinta-preta na planta de tomate
Sintomas de pinta-preta no tomate.

É preciso se atentar ao Manejo Integrado de Pragas e Doenças (MIP e MID) do tomate

Diante desses desafios, o manejo integrado de pragas (MIP) e o manejo integrado de doenças (MID) surgem como estratégias essenciais para garantir a sustentabilidade da produção. 

O manejo integrado visa combinar diferentes técnicas de controle, como práticas culturais, biológicas e químicas, para manter as pragas abaixo do nível de dano econômico e para prevenir as doenças na lavoura, promovendo o equilíbrio do agroecossistema e minimizando o impacto ambiental.

  • Práticas culturais: incluem a rotação de culturas, o uso de variedades resistentes e a eliminação de restos culturais, que podem servir de abrigo para pragas e patógenos, além de medidas como o vazio sanitário. 
  • Controle biológico: utiliza inimigos naturais, como parasitoides, predadores e microrganismos para controlar pragas e doenças. 
  • Controle químico: quando necessário, o uso de defensivos deve ser feito de forma racional, seguindo as recomendações técnicas e respeitando os períodos de carência, além de rotacionar os modos de ação para evitar a resistência das ameaças.  

O manejo integrado não só ajuda a proteger a lavoura, como também contribui para uma produção de alimentos mais segura e sustentável, atendendo às demandas dos consumidores e do mercado.

Os biológicos estão revolucionando o cultivo do tomate na agricultura brasileira! Como?

A agricultura está passando por uma transformação significativa e os produtos biológicos estão no centro dessa revolução. No cultivo do tomate, essa tendência ganha ainda mais relevância, já que o tomateiro é uma cultura que enfrenta desafios complexos, como pragas resistentes, doenças devastadoras e a necessidade de produzir alimentos mais saudáveis e sustentáveis.

planta de tomate com vários frutos

Os agentes biológicos são eficazes, seguros e alinhados com as demandas por uma agricultura mais sustentável. Além disso, eles ajudam a preservar os inimigos naturais de pragas e doenças, o que também contribui para o equilíbrio do ecossistema, com benefícios a longo prazo.

Além de controlar pragas e doenças, os biológicos também ajudam na nutrição e no fortalecimento das plantas. Inoculantes, por exemplo, são microrganismos que fixam Nitrogênio, solubilizam Fósforo e produzem hormônios, favorecendo a absorção de nutrientes e o crescimento das raízes.

Já os bioestimulantes ajudam as plantas a lidarem melhor com estresses ambientais, como seca, calor excessivo ou chuvas intensas. Eles ativam mecanismos de defesa naturais, aumentando a resistência das plantas a doenças e melhorando sua capacidade de recuperação após situações adversas.

A integração do uso de biodefensivos com bioestimulantes e inoculantes na cultura do tomate é essencial para otimizar o desenvolvimento das plantas, aumentar a produtividade e promover a sustentabilidade agrícola. A adoção dessa abordagem integrada favorece uma produção mais rentável, menor resíduo de produtos químicos e frutos de melhor qualidade.

A jornada do tomate na agricultura brasileira

O tomate é um símbolo da diversidade agrícola e da riqueza culinária do Brasil. Das variedades tradicionais às mais modernas, passando pelos desafios da comercialização e as inovações tecnológicas, a história do tomate reflete a evolução da agricultura brasileira e as demandas de um mercado cada vez mais exigente.

É uma verdadeira festa de cores, sabores e texturas. No Brasil, as variedades mais cultivadas atendem a diferentes preferências e usos culinários:

  • Tomate Caqui: o mais tradicional, com sua casca vermelha e polpa suculenta, é ideal para molhos, saladas e sucos. É o preferido dos consumidores que buscam versatilidade na cozinha.
  • Tomate Italiano: com formato alongado e sabor marcante, é perfeito para molhos gourmet e pratos que exigem um toque especial.
  • Tomate Cereja: pequeno, doce e colorido, conquistou o paladar dos brasileiros e é amplamente utilizado em aperitivos, saladas e até drinks.

Mãos segurando tomates que ainda estão no pé

A cadeia de comercialização do tomate no Brasil é tão complexa quanto diversa. Envolve desde pequenos produtores familiares até grandes redes varejistas, passando por cooperativas e distribuidores. Um dos maiores desafios é a logística, já que o tomate é um produto perecível e sensível ao transporte.

Para garantir que o fruto chegue fresco ao consumidor, é essencial investir em boas práticas de colheita, como a colheita manual e o manuseio cuidadoso dos frutos. Além disso, o armazenamento refrigerado e o transporte rápido são fundamentais para preservar a qualidade do produto.

Outro aspecto importante é a rastreabilidade, que tem se tornado uma exigência do mercado. Por meio de sistemas de rastreamento, o consumidor pode saber a origem do tomate, como ele foi cultivado e quais práticas foram utilizadas. Isso não só aumenta a transparência, mas também agrega valor ao produto, especialmente para mercados mais exigentes, como o de orgânicos.

O tomate brasileiro é símbolo de inovação e sustentabilidade

Do campo à mesa, o tomate percorre uma jornada cheia de desafios e oportunidades. Seja na escolha das variedades, no manejo cuidadoso da lavoura ou na adoção de tecnologias inovadoras, os produtores brasileiros estão mostrando que é possível conciliar produtividade, qualidade e sustentabilidade.

Na VITTIA, acreditamos que o futuro da agricultura passa pela integração de práticas tradicionais e soluções modernas, sempre com foco na saúde do solo, das plantas e das pessoas. E você, já parou para pensar em quanta dedicação e inovação estão por trás de cada tomate que chega à sua mesa?

Cada tomate carrega consigo uma história de dedicação, inovação e cuidado com o futuro. E no seu prato, ele é a prova de que a agricultura pode ser sustentável, saborosa e cheia de vida!

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