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Investimento em nematicidas cresce 10 vezes e biodefensivos já são 75% do mercado

Destaque para tecnologia nacional de No-Nema, da Vittia, que acaba de confirmar mais um alvo reconhecido pelo MAPA.

Um problema de grandes proporções, causado por pragas microscópicas de, no máximo, três milímetros. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), os prejuízos causados pelos nematoides nas lavouras do país chegam a R$ 35 bilhões anuais; sendo R$ 15 bilhões somente nas de soja.  Causadores de perdas de até 90% nas lavouras, esses parasitas vivem nos solos e se alimentam das estruturas subterrâneas das plantas, como raízes, bulbos e tubérculos. Além disso, liberam toxinas que causam necroses e abrem portas a outros patógenos causadores de doenças nos cultivos. 

De olho no manejo preventivo e no controle da incidência, o investimento dos produtores brasileiros em nematicidas cresceu dez vezes nas últimas oito safras, passando de R$ 160 milhões em 2014/15 para R$ 1,56 bilhão na safra 2021/22. Os dados estão no estudo FarmTrak, da Kynetec, que revela ainda que as soluções biológicas são a principal opção dos brasileiros para este controle. Enquanto o investimento dos produtores em nematicidas biológicos somaram R$ 1,2 bilhão (75% do mercado total), os nematicidas químicos movimentaram R$ 395 milhões, (ou 25% de participação). Vale destacar que em 2015 os químicos respondiam por 94% deste mercado, enquanto os biológicos levavam uma fatia de apenas 6% nas vendas.

Dentre os produtos disponíveis para o manejo de fitonematoides aprovados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), um microbiológico com tecnologia 100% nacional é destaque. O No-Nema, da fabricante brasileira Vittia, se diferencia por estar entre poucas tecnologias no mercado nacional com ação nematicida e fungicida e que apresentam atuação comprovada também para aplicação via foliar. “A aplicação de No-Nema via semente ou sulco de plantio é a primeira base de proteção para o controle de nematoides e doenças radiculares. A aplicação foliar é um segundo estímulo de proteção, com um grande diferencial: a indução de resistência das plantas”, explica Jéssica Brasau, Gerente de P&DI da Vittia. 

Ela explica que além de prejuízos imediatos, como a redução do número de plantas devido a podridão e tombamento, a presença de fitonematoides e doenças radiculares no solo tem outros reflexos continuados, como diminuição no porte de plantas, amarelecimento da cultura, menor absorção de água e nutriente, e, assim, forte impacto na produtividade, além de prejudicar as culturas e plantios seguintes. “O problema tende a aumentar se não controlado, por isso seguimos com os estudos que comprovaram a eficácia da aplicação via foliar, inclusive com a possibilidade de potencializar o manejo já realizado no tratamento de sementes ou sulco de semeadura, tornando a proteção mais completa no controle de nematoides. Além da versatilidade quanto à aplicação, No-Nema conta com formulação exclusiva e super concentrada, com o agente de biocontrole Bacillus amyloliquefaciens BV03, que garante maior eficácia de ação neste combate”, ressalta.

Registro de novo alvo

Se o No-Nema já era uma das principais ferramentas dos produtores para o controle biológico de fungos e nematoides do solo, a Vittia está preparada para que ele supere cada vez mais as expectativas dos produtores. O produto, que contava com 6 alvos em seu registro, acaba de receber chancela de eficácia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), contra mais um alvo. Entra agora para a lista de controle o Helicotylenchus dihystera, ou nematoide espiralado, que tem sido motivo de preocupação pelo aumento populacional nas análises nematologicas em diversas regiões do país.

O Helicotylenchus dihystera é um nematoide que ataca várias culturas agronômicas importantes, inclusive as principais como a soja e o algodão. Ao inserir o estilete para alimentação, este nematoide prejudica a absorção de água e nutrientes pela planta, além destas aberturas ou “ferimentos” serem portas de entrada para outras doenças radiculares, reduzindo o desenvolvimento e produtividade da cultura. 

Ressaltando que a presença de nematoides favorecem os danos ocasionados por fungos radiculares, o No-Nema possui proteção completa comprovada para: Fusarium verticillioides (Podridão das raízes), Macrophomina phaseolina (Podridão cinzenta), Meloidogyne javanica (Nematoide-das-galhas), Meloidogyne incognita (Nematoide-das-galhas), Heterodera glycines (Nematoide-de-cisto),  Pratylenchus brachyurus (Nematoide-das-lesões) e agora para Helicotylenchus dihystera (Nematoide espiralado).

“Além do controle altamente eficaz e seguro dos fitonematoides, o No-Nema tem conquistado mercado rapidamente porque confere ainda diversos outros benefícios às plantas, como um melhor desenvolvimento radicular, melhor estabelecimento nas áreas e, inclusive, maior tolerância a condições adversas”, conclui Jéssica Brasau.

Sobre a Vittia

A Vittia, empresa brasileira de biotecnologia e nutrição especial de plantas, com soluções para diversas culturas agrícolas, está presente há 52 anos no país com a missão de permitir aos produtores ganhos de rentabilidade por área e melhoria do balanço socioambiental, entregando excelência em produtos e serviços para a agricultura.

Sempre expandindo sua atuação a favor do agronegócio por meio de pesquisa, tecnologia e desenvolvimento, a empresa, dedicada à produção de insumos de alta tecnologia para a agricultura, conta com diversos produtos nas linhas de adjuvantes, inoculantes (fertilizantes biológicos), acaricidas, controle biológico, fertilizantes foliares, fertilizantes organominerais, condicionadores de solo, micronutrientes granulados para solo e sais para a agricultura e pecuária.

A Vittia possui três unidades industriais localizadas em São Joaquim da Barra, além de unidades em Serrana, Ituverava e Artur Nogueira, no estado de São Paulo, e em Paraopeba e Patos de Minas, no estado de Minas Gerais. Atualmente, conta com cerca de 1200 colaboradores entre equipes administrativas, de produção e especialistas de campo. Comprometida com os princípios da sustentabilidade, a empresa visa criar valor por meio da inovação e ampliação de negócios com aquisições estratégicas no mercado. Em 2022, a receita líquida da empresa foi de R$ 851 milhões.

Além disso, a Vittia recebeu do MAPA o Selo Agro+ Integridade, que se destina a premiar empresas do agronegócio que, reconhecidamente, desenvolvem boas práticas de gestão de integridade, ética e sustentabilidade.

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Biocontrole e desafios em futuros sistemas de cultivo

Por Jéssica Brasau, Gerente de P&DI da Vittia

Potenciais causadoras de grandes prejuízos, as pragas e doenças estão entre os principais desafios enfrentados pelo produtor rural. A lista é extensa, representa uma ameaça constante (da semeadura à colheita) e não há como uma safra ter sucesso sem um bom manejo integrado. Em junho, a Vittia foi uma das participantes de um encontro promovido pela Organização Internacional de Controle Biológico (IOBC), realizado na Universidade de Wageningen, na Holanda, para falar das necessidades de biocontrole e desafios em futuros sistemas de cultivo. Com o tema “Formulações comerciais de Bacillus e Trichoderma no manejo integrado de manchas foliares em soja”, foram apresentados os resultados alcançados por estudos que, desde a safra 2019-2020 a 2021-2022, verificam o uso de novas tecnologias de gestão integrada para controle de ferrugem (Phakopsora pachyrhizi), mancha-olho-de-rã (Cercospora sojina) e septoriose (Septoria glycines), por meio de Bacillus subtilis BV02 (representado no portfólio Vittia pelo produto Bio-Imune®) e Trichoderma asperellum BV10 (comercializado pela empresa sob o nome de Tricho-Turbo®).

De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a soja segue como o produto com maior volume colhido no país: a produção estimada para a safra 2022/23 é de 153,6 milhões de toneladas. O país é também o maior produtor de soja do mundo e tem o desafio de produzir cada vez mais, em um ambiente tropical altamente favorável aos fitopatógenos.

Nesse sentido, o uso dos produtos biológicos tem sido uma escolha crescente do produtor, não só por sua eficácia, mas também pela baixa toxicidade dos produtos e por não causarem danos ao meio ambiente. De acordo com a S&P Global, no Brasil os produtos biológicos foram usados em 6,5 milhões de hectares em 2017/2018; 13 milhões de hectares em 2019/2020 e 24 milhões de hectares em 2021/2022 – um aumento de quase 270% no período. O maior uso foi na cultura da soja (42% do total), seguido por algodão (21%), cana-de-açúcar (18%), milho (15%) e outras culturas (4%).

Por entendermos que esse é um caminho sem volta, estamos a todo momento investindo no desenvolvimento de tecnologias de manejo biológico como forma de impulsionar o controle de doenças, consorciado à conservação dos recursos ambientais e à maior produtividade e rentabilidade do agricultor. Com o maior portfólio de alvos biológicos regulamentados no Brasil – são mais de 60 –, nosso objetivo, por meio da pesquisa e inovação, é buscar novos métodos para incrementar a produção, oferecer condições mais adequadas para que as plantas possam expressar todo seu potencial genético e, no fim, contribuir para enfrentar o desafio de produzir mais alimentos, de forma mais saudável e sustentável, para uma população que deve chegar ao total de 9,7 bilhões de pessoas em 2050.

A biotecnologia e os insumos agrícolas biológicos têm o potencial de revolucionar a agricultura brasileira, oferecendo um futuro cada vez mais promissor para quem produz, para quem consome e, é claro, para o nosso planeta como um todo.