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A relevância do Azospirillum no sistema de produção agrícola

Viviane Costa Martins Bordignon Gerente de Produtos Inoculante – Vittia O Azospirillum é uma bactéria de vida livre, com capacidade de se associar às plantas fixando nitrogênio da atmosfera e produzindo hormônios, como o AIA, que auxiliam no melhor desenvolvimento das plantas. Sabe-se que ele é capaz de colonizar diversas espécies de plantas, não sendo apenas gramíneas, como inicialmente foi estudado no Brasil, mas também leguminosas. As pesquisas com essa bactéria foram iniciadas em 1970 pela Dra Johanna Dobereiner em diversas gramíneas, como cana, milho, trigo, sorgo e outras. E, em paralelo, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), representada pelo pesquisador Dr. Fábio Pedrosa, também focou suas pesquisas com Azospirillum, sendo um centro de referência desse assunto, e mais tarde tornando-se o centro de distribuição das estirpes de uso comercial no Brasil. A partir de então, a pesquisa durou muitos anos para entender a real interação da bactéria com a planta e verificaram-se excelentes benefícios em diferentes culturas, como milho, trigo, arroz e outras. Diante disso, o Vittia, enxergando a grande oportunidade de contribuir com mais uma tecnologia para agregar produtividade aos sistemas de produção agrícola, iniciou seu desenvolvimento de pesquisas na cultura do milho e, em seguida, obteve o registro da tecnologia Biomax Azum®. Tecnologia Biomax Azum® é um inoculante líquido com adequada concentração da bactéria Azospirillum brasilense que garante fornecimento adicional de N às plantas, assim como promove melhor desenvolvimento e produtividade das lavouras. No campo, com o lançamento da tecnologia, foram comprovados os benefícios identificados pela pesquisa e, com isso, a adoção deste inoculante foi aumentada, inclusive se expandido para novas culturas. Mais recentemente, o Vittia obteve o registro do Biomax Azum® para o trigo. De acordo com as pesquisas desenvolvidas pela pesquisadora do IAPAR, Dra. Diva Andrade, em quatro diferentes ambientes edafoclimáticos favoráveis para o desenvolvimento dessa cultura, o Biomax Azum® é uma tecnologia viável como inoculante na cultura do trigo. No experimento conduzido na região de Guarapuava (PR), a inoculação com Biomax Azum® resultou em um incremento de 399 kg/ha, ou 07 sc/ha em relação à testemunha, e de 243 kg/ha ou 04 sc/ha, quando comparado ao tratamento com 100% da adubação nitrogenada. O mesmo foi observado na pesquisa realizada em área de produção de trigo em Londrina (PR). A inoculação com o Biomax Azum® proporcionou um ganho de 370 kg/ha ou 06 sc/ha em relação ao tratamento sem inoculação e sem nitrogênio mineral e de 206 kg/ha ou 03 sc/ha, comparando-o com a adubação mineral desse tão importante nutriente para as culturas. Esses trabalhos confirmam e evidenciam a essencialidade do Biomax Azum® no trigo, assim como já havia sido observado em milho. Mas, vale ressaltar que, assim como mencionado no início desse artigo, o Azospirillum é capaz de colonizar diversas espécies de plantas, não sendo apenas gramíneas, como abordamos anteriormente, mas também leguminosas. Coinoculação Mais recentemente, com o objetivo de aumentar ainda mais a eficiência da fixação biológica de nitrogênio em leguminosas, como soja e feijão, a pesquisa oficial brasileira desenvolveu uma nova estratégia, a coinoculação. Essa técnica consiste na associação de uma ou mais bactérias, sendo que a mais estudada e utilizada no campo é a associação das bactérias Bradyrhizobium sp ou Rhizobium sp e Azospirillum brasilense, visando maior e melhor fornecimento de nitrogênio, melhor desenvolvimento das plantas e maiores incrementos em produtividade. Os benefícios da coinoculação se dão pela capacidade do Azospirillum em produzir hormônios, como o AIA que, assim como mencionado no início, auxiliam no melhor desenvolvimento das plantas, principalmente do sistema radicular. Com isso, irá facilitar a comunicação do Bradyrhizobium sp/Rhizobium sp com a planta e garantirá a antecipação na formação de nódulos, maior número de nódulos e mais nódulos localizados na raiz principal das plantas, os quais são em torno de 25% mais eficientes que os das raízes secundárias. Todos esses benefícios foram comprovados pela pesquisa oficial brasileira e têm sido confirmados a campo nas mais diversas condições edafoclimáticas. Mais produtividade De acordo com os trabalhos feitos pela Embrapa nas últimas safras na cultura da soja, com a adoção da coinoculação os incrementos passam a ser de 16% em relação as plantas não inoculadas, ou seja, o dobro quando comparado a inoculação padrão, que proporciona 8% de ganhos em produtividade. Nós, do Vittia, desenvolvemos um conjunto de trabalhos a campo desde a pesquisa até campos demonstrativos em áreas de produção comercial de soja, onde ficou evidente o que a pesquisa oficial já tinha comprovado. Em quatro ensaios conduzidos nas 2016/17 e 2017/18, pela pesquisadora Dra Ivana Bárbaro, da APTA, considerando a média dos tratamentos com a coinoculação com Biomax Premium Líquido Soja® e Biomax Azum®, foram observados incrementos de produtividade de 715,84 kg/ha ou 11,93 sc/ha em relação à testemunha não inoculada e de 343,38 kg/ha ou 5,7 sc/ha comparando-o com a inoculação tradicional com Biomax Premium Líquido Soja®, demonstrando que o produto Biomax Azum® pode e deve ser recomendado para a coinoculação com o Biomax Premium Líquido Soja® na referida cultura. Abaixo o resultado de uma das áreas experimentais conduzidas pela Dra Ivana Bárbaro: Assim como em soja, a Embrapa também vem desenvolvendo pesquisas com a coinoculação em feijão. Em diversos trabalhos, verificaram que em feijão produzido pela agricultura empresarial, o incremento que a coinoculação (Rhizobium + Azospirillum) proporcionou em relação ao adubo nitrogenado foi de 11% e de 26% em relação à inoculação padrão com Rhizobium. E ainda, com uma lucratividade de +90% nas pesquisas do Estado de GO e de +114% nas pesquisas do Estado de MG. Essa excelência na resposta do feijão impacta diretamente na sustentabilidade do sistema agrícola de produção, pois a partir de cálculos realizados, verificou-se que substituindo o adubo nitrogenado pela coinoculação seria possível mitigar aproximadamente 700 mil toneladas de CO2, o que é igual a 50% do que o governo objetiva na redução da emissão de gases de efeito estufa até 2020. Ou seja, uma estratégia que impacta positivamente nos diversos pilares da agricultura, não só a brasileira, mas mundial. Sem limites O Vittia também vem realizando pesquisas com a cultura do feijão. O experimento na última safra de feijão irrigado foi conduzido pelo professor Dr. Orivaldo Arf (UNESP), que apontou que a coinoculação do Biomax Premium Feijão® com Biomax Azum® proporcionou ganhos da ordem de 915 kg/ha em relação ao controle (sem N e sem inoculante) e de 310 kg/ha, comparando-o à adubação nitrogenada comumente realizada na cultura. Ainda, o incremento da coinoculação versus a inoculação padrão foi de 334 kg/ha. Ou seja, um resultado que evidencia o quanto a coinoculação no feijoeiro é eficiente, podendo contribuir significativamente para a máxima sustentabilidade das lavouras implantadas com essa cultura. Todas essas claras evidências justificam o grande sucesso dessa técnica no campo em tão curto espaço de tempo. Mas, as oportunidades com essa bactéria de tão grande importância não ficam por aqui. Nesta safra, nós do Vittia estamos também investindo em pesquisas em pastagem e cana-de-açúcar, duas culturas que vêm ocupando grande parte das áreas de produção do Brasil e do mundo. Ou seja, uma bactéria que veio para reforçar que processos biológicos podem gerar ganhos expressivos na produtividade das lavouras e na lucratividade dos agricultores.
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